1. |
intra
03:57
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intra
noite adentrou
entre o escuro vão
vertendo a seco o rio insone
bruma inundou
vestindo o ar em grãos
sutil combinação
do que nos seca os corpos
(volta a ti e vê)
e umedece a margem
(volta a ti e vê)
quando a noite afaga traz calada o que soou em mim
voz ecoou
pela constelação
grave tardio repete e some
reflete o som
interior oscilação
do que nos seca os corpos
(volta a ti e vê)
e umedece a margem
(volta a ti e vê)
quando a noite afaga traz calada o que soou em mim
ressoa o tom
reluz o som
multicolor
ouça as vozes internas
leve sua mente a outra dimensão
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2. |
grão
03:44
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grão
quando a luz e o som dissolvem-se
grão de lume vaga e acende o céu
persigo o rastro das luzes que vi
volver em espaço-tempo
a imagem revivir
espelho da memória à quem refletir
ruído na paisagem expõe um som vazio
se ouve ao ver
no labirinto foge um bando afoito
de aves prisioneiras ao relento
em grãos de orvalho num vulto me vi
volver em espaço-tempo
a imagem revivir
espelho da memória à quem refletir
ruído na paisagem expõe um som vazio
se ouve ao ver
resguardado em luz de inverno o cinza tingiu
vá aonde o exílio ao sul deixou de existir
por permitir
deixando ir
sem omitir
solto de mim
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3. |
corte seco
04:48
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corte seco
submerso mergulhado ao fundo
teus olhos me cercam
ao saber o que consome a tua visão
mais perto me acerta e despertará
no giro sente o golpe, o corte seco
da navalha que desliza lento
causou transmutação
da miragem bebo a sede em terra nua
meus olhos despertam
o breu da vista paralisa a intuição
mais perto te acerto e ouço a voz calar
no giro sente o golpe, o corte seco
da navalha que desliza lento
o cheiro exala propagando medo
causou transmutação
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4. |
tempo e espaço
03:44
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tempo e espaço
distante em tempo e espaço
distante em espaço de tempo
encontro em espaço vazio
a certeza de que com o tempo
não estaremos mais distantes
preencho o vazio do espaço
com todo suspiro de vento
que inventa o caminho a seguir
pois corre contra o tempo
não estaremos mais distantes
em espaço e tempo tão vis
como a sombra que existe ao partir
duas partes de mim
inexatas em si
preencho o vazio do espaço
com todo suspiro de vento
encontro em espaço vazio
a certeza de que com o tempo
não estaremos mais distantes
em espaço e tempo tão vis
como a sombra que existe ao partir
duas partes de mim
inexatas em si
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5. |
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à flor da pele que habito
encontrar no lugar onde me perdi
onde habita em mim
uma flor que incita o nascer do que
no fim restou em fastio jardim
domesticou sobre a pele o frio
escapar sem voltar é um elogio vazio
porque habita em mim
chão que brota culpa oculta o que
no fim restou em fastio jardim
domesticou sobre a pele o frio
dor temporal
na flor residiu
oculta a raiz imergiu
flor fractal
na dor dividiu
oculta a raiz imergiu
onde habita em mim
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6. |
voo
04:08
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voo
voa solto, anjo torto
desprende o cordão
que te flagelou
por lembrar do que foi
cava a camada que corta
o céu e o real
nebulosa espiral
a moeda e o pó
vou ao ar e subo ao vento
leve e distante
longe do sopro da tempestade me exilei
voa torto, anjo toma
a imaginação
de quem te roubou
de quem te criou
não te cederam asas
pra sumir ao vento
impulso clama desordem
em súbito voo
vou ao ar e subo ao vento
leve e distante
longe do sopro da tempestade avistei
não receie ao ver
nem vento contrário faz descer
um torpe indomado desprendeu
de quem fere e lhe impede o voo
vou ao ar e subo ao vento
leve e distante
longe do sopro da tempestade avistei
não receie ao
não receie ao
ver o céu ceder
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7. |
áquea
03:14
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áquea
quando a lua ao mar jazida
suas curvas inspiram
o que soa e despe a vista
transbordando alquimia
vibra o mar cantando pro meu íntimo
e me guia ao céu
por ti velo os dias que ardem
nova aurora guarida
mostra o longo caminho
que o sol
ilumina
e me leva de volta
a ti
quando a lua ao mar jazida
suas curvas inspiram
o que soa e despe a vista
transbordando alquimia
vibra o mar cantando pro meu íntimo
e me guia ressoando ao céu
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8. |
corpo, casa
02:46
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corpo, casa
corpo, casa aberta
pra quem chega ou quer partir
porta a mente quieta
sopra manso ao transpassar o alvorecer
cedo
cômodo repouso
aos ombros que carregam pressa à espera do fim
move imóvel solitário sono que se esvai
tempo breve
que me esquece
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